O plano de paz apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para encerrar o conflito entre Israel e Hamas tem gerado avaliações políticas internas no Brasil. Interlocutores da direita em Brasília e aliados de Trump afirmam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode enfrentar dilemas estratégicos caso decida apoiar a iniciativa, que inclui concessão de anistia a combatentes do Hamas. A medida, segundo fontes, pode entrar em contradição com o discurso brasileiro sobre terrorismo e ações internas relacionadas aos atos de 8 de janeiro, gerando espaço para questionamentos políticos e diplomáticos.
A proposta americana prevê a libertação de reféns, retirada gradual de tropas israelenses da Faixa de Gaza, desmilitarização da região e criação de um governo de transição palestino supervisionado por Trump e aliados internacionais. Economicamente, o plano inclui a restauração das linhas de energia e a implementação de uma zona econômica especial em Gaza, com participação de países árabes e muçulmanos na estabilização temporária da região.
Fontes indicam que a expectativa de Brasília e Washington é que a adesão do governo brasileiro ao plano seja explorada politicamente pela oposição no país, especialmente em relação à coerência do discurso do governo Lula sobre terrorismo e segurança internacional.