Os Estados Unidos afirmaram oficialmente que as tarifas impostas ao Brasil estão relacionadas a preocupações com censura e violações de direitos humanos. Segundo documentos publicados pela Casa Branca, o governo americano alega que decisões de autoridades brasileiras, especialmente do Judiciário, teriam restringido a liberdade de expressão, promovido perseguição política e violado princípios do Estado de Direito.
O decreto, assinado em 30 de julho de 2025, menciona que ações do governo brasileiro “interferem na economia dos Estados Unidos, infringem os direitos de livre expressão de cidadãos americanos e violam direitos humanos fundamentais”. A publicação veio acompanhada de uma nota oficial que cita ordens judiciais para remoção de conteúdos em redes sociais e prisões de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro como exemplos dessas práticas.
Além do aumento tarifário de até 50% sobre produtos brasileiros, Washington também impôs sanções individuais, incluindo restrições de visto e congelamento de bens de autoridades brasileiras, entre elas o ministro Alexandre de Moraes. De acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA, as medidas foram aplicadas com base na Lei Magnitsky, que permite sanções contra pessoas acusadas de abusos de direitos humanos.
O governo brasileiro reagiu com firmeza, chamando as acusações de infundadas e afirmando que o Supremo Tribunal Federal atua de forma independente e dentro dos limites da Constituição. Em nota, Brasília classificou a decisão americana como uma “ingerência inaceitável” e anunciou que levará o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Negociações entre os dois países estão previstas para ocorrer nesta quinta-feira (16), em Washington, na tentativa de reduzir as tensões comerciais e buscar um entendimento diplomático.