O Supremo Tribunal Federal (STF) teve um custo total de R$ 908,6 milhões em 2024, de acordo com o relatório "Justiça em Números 2025" do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O levantamento revelou que uma parcela significativa desse valor, cerca de 40%, ou R$ 352,8 milhões, foi classificada como "outras despesas correntes".
Essa categoria engloba pagamentos como diárias, passagens, indenizações e benefícios de natureza indenizatória, frequentemente chamados de "penduricalhos". O dado reacende o debate sobre a transparência dos gastos do STF.
Críticos da Corte apontam que, diferentemente de outros tribunais, o STF não contabiliza essas despesas na rubrica direta de "gastos com pessoal". Na prática, essa metodologia reduz artificialmente o percentual da folha de pagamento.
O relatório do CNJ indica que os gastos diretos com pessoal somaram R$ 513,4 milhões, representando 56,5% do orçamento. No entanto, quando somadas as despesas indenizatórias (os R$ 352,8 milhões), o custo efetivo com pessoal se aproxima de 90% do total executado pela Corte.
Outro ponto de atenção é o crescimento das despesas. Os gastos classificados como "outras despesas correntes" (indenizatórias) cresceram 29,4% em relação a 2023, enquanto os gastos diretos com pessoal tiveram um aumento de apenas 3,2%. Em contraste, os investimentos destinados à infraestrutura e melhorias caíram 34,4%, ficando em R$ 42,3 milhões.
Para especialistas, o crescimento expressivo das verbas indenizatórias e a queda nos investimentos reforçam a necessidade de maior clareza na divulgação dos dados contábeis e na metodologia orçamentária aplicada ao Supremo.